quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Jardins Noturnos ........


Sou um cadáver

Com o coração ferido

Andando pelos jardins noturnos

Enterro meu corpo nas cinzas da existência

E escolho por negar minha vida

Derramo uma lágrima

Que se suspende no medo

E as vezes, as almas vem aqui me consolar

E vejo-me beijando as sombras

Numa manhã cheia de angústia

Ele, meu doce Devaneio

Ele abraça docemente a minha dor

Caminhando lentamente a meu lado

Protegendo-me do mal dos dias de chuva

E sempre que eu caio, peço para ele não ficar  (Fique)

Para não olhar em minha face  (Me ajude)

Para não tomar minha dor  (Não me deixe sozinha)

Ele nunca vai  (Conforto)

E assim caminhamos pelas margens do mundo

Os MASCARADOS seres negros

Sabendo que para nós

O amor é tão frio quanto a MORTE

Sabendo q nada voltará, exceto DESESPERO

E isso é a única coisa que resta

Quando nos cemitérios eu choro em silêncio

Eu me lembro de suas palavras

Quando as vozes me sentenciam a sofrer

Eu ouço-o dizendo resista

Quando deito minha cabeça numa tumba fria

Vejo sua mão sendo estendida

E quando espero a Morte me consolar

Você me traz de volta a vida

Já não existe quase nada refletido no espelho de meus dias

Apenas você

Sem você minha queda seria mais rápida

Se ao menos eu pudesse tomar sua dor para mim

E conseguisse que você partisse em paz

Você sonharia novamente

E alem das margens da terra

Nas quais caminhamos juntos mas sozinhos

Esperamos por um Sonho perdido

Nada do que deixamos voltará

Exceto Desespero

E quando o dia amanhecer

Desespero virá apenas para mim

Pois eu a tomarei de você

E nos jardins noturnos, você sorrirá novamente

E eu a seguirei, rumo a terra dos sonhos

Que nós abandonamos há muito tempo

Por saber que o amor

É tão frio quanto a morte.



†Devaneio†
E me sinto hoje forte, pois morri a vida para viver a morte

( Filha de Morpheu.. )